O texto discute uma crítica ao tratamento dado às variedades linguísticas na educação, problematizando três abordagens comuns (respeitar, valorizar e adequar) e propondo a "incorporação" como alternativa para lidar com a diversidade linguística.
Argumenta que o respeito já está garantido pela Constituição de 1988, sendo a discriminação linguística passível de ação legal, tornando superficial a proposta de apenas "respeitar" as variedades.
Aponta que valorizar implica uma hierarquia onde quem valoriza se coloca em posição superior, reconhecendo uma suposta "falta de valor" na variedade do outro, configurando discriminação.
Demonstra que a adequação linguística mascara preconceitos sociais, com consequências desproporcionais para falantes de variedades estigmatizadas (ex: dificuldade de ascensão social).
Defende a aceitação das variedades como partes constitutivas da língua, eliminando hierarquias e reconhecendo que a unidade linguística surge justamente da diversidade de usos.
A crítica ao conceito de adequação linguística, que revela como preconceitos sociais se disfarçam de critérios linguísticos, com impactos concretos na vida de falantes de variedades não-padrão.
Um caso de discriminação por sotaque regional deveria ser tratado como infração legal, não apenas como "falta de respeito".
Quando um professor diz "valorizar" a fala caipira, implicitamente afirma que sua própria variedade (padrão) tem mais valor.
Um executivo pedindo "Dê-me três cafés" num boteco é visto como excêntrico, enquanto um trabalhador usando "pra mim pegá" num documento é penalizado.
Aceitar na escola tanto "nós fomos" quanto "nóis foi" como expressões válidas em diferentes contextos comunicativos.
A crítica central mostra que a adequação:
O texto discute abordagens problemáticas no tratamento das variedades linguísticas na educação. Critica três posturas comuns: "respeitar" (insuficiente pois direitos linguísticos já são garantidos por lei), "valorizar" (que estabelece hierarquias implícitas) e "adequar" (que mascara preconceitos sociais). Propõe substituí-las por "incorporar", aceitando todas as variedades como partes igualmente válidas do sistema linguístico, reconhecendo que a riqueza da língua reside justamente em sua diversidade.
O Ombitivo da aula é que a gente desculpa a noção de adequação, que é uma das noções que está no plano de ensino desta disciplina.
Eu indiquei a leitura de um texto para vocês, que é o texto do professor valdireitor Basoto, chamado nem respeitar, nem valorizar, nem adequar as variedades linguísticas.
Eu já queria comentar agora que este texto foi escrito antes do novo acordo ortográfico, por isso que há algumas ascentuações e os sinais como tremos que estão aí preservados, porque estão assim no texto publicado, então a gente não altera, certo? Bom, a ideia é que a gente trabalha este texto na aula de hoje, porque eu considero que a discussão proposta por ele é bastante ilustrativa a respeito da problematização desse conceito de adequação linguística.
Então vamos ler o resumo.
Este trabalho insere essa nutcução que tem procurado nos últimos anos, estabelecer relações entre as variedades linguísticas e o ensino da língua portuguesa.
Neste debate, são identificadas três vertentes que procuram dizer qual seria a melhor atitude a se tomar frente às variedades praticadas por estudantes de ensino, fundamental e médio.
Após uma breve reflexão sobre estas vertentes, é feito uma outra proposta sobre o trabalho em sala de aula.
O trabalho em sala, desculpe-me.
Eu gostaria de destacar aqui que a ideia por trás da indicação de leitura deste texto para vocês é a de que a gente extrapole a sala e extrapole as variedades dos alunos, extrapole para a sociedade, para a comunidade onde a gente vive, para os espaços sociais, onde a gente circula.
Então, independente de estarmos estudando ou não para sermos professores de português, somos falantes da língua portuguesa.
E, como falantes, devemos defender determinadas posições como eu acredito que sejam essas posições defendidas pelo professor valdir barzoto.
Então, a ideia aqui é que a gente extrapole esses lugares mencionados no texto, que são, em mente, o lugar do professor e dos alunos e o espaço escolar.
Então, ele vai dividir o texto em quatro partes, três partes já estão anunciadas no título.
Então, a primeira parte do texto vai tratado verbo respeitar.
Eu trago aqui um trechinho que exemplifica essa discussão sobre o verbo respeitar.
Ele diz, além disso, depois de tanto debate sobre a necessidade, a importância de Brasil assumir sua diversidade linguística e cultural, já se pode tratar caso de desrespeito que envolvam aspectos culturais na delegacia mais próxima.
Ou seja, o autor do texto defende que o verbo respeitar uma determinada variedade linguística não é indicado, porque o desrespeito já está previsto na Constituição de 1988.
Então, a discriminação por um determinado uso da língua já está prevista.
Então, desrespeitar alguém por isso é um caso que deveria ser tratado na delegacia.
Então, não é uma questão de respeitar as variedades linguísticas, por conta desse fato.
O segundo aspecto trabalhado na segunda parte do texto é a questão do verbo valorizar.
Então, é muito comum, a gente ouvi não, temos que valorizar as variedades linguísticas diferentes da nossa.
Só que ele coloca aqui uma reflexão bastante interessante sobre o uso desse verbo.
Vamos ler.
É importante verificar que quem se propõe a valorizar precisa assumir uma posição de onde possa fazer.
Reconhecendo, em primeiro lugar, uma falta de valor na variedade praticada pelo outro.
E, elevando esse valor, apoiando-se em sua capacidade de reconhecer essa falta conferida pela imagem que faz de si.
Isso é indicador de uma discriminação.
Então, o indivíduo, agora vou fazer uma pausa na leitura, pois a gente ler os últimos dois períodos que são a conclusão do parágrafo.
Essa posição de alguém que valoriza é uma posição necessariamente superior àquele que é valorizado.
Porque, assumir valor em algo implica em que essa pessoa que vai dizer que tem valor, ela é capaz de reconhecer a falta de valor ou a presença de valor.
E ela é capaz de reconhecer isso pela imagem que ela faz de si mesma.
Então, isso indica uma discriminação, uma separação que faz pela linguagem.
Portanto, agora, continuo a leitura, propôs se valorizar a variedade linguística praticada por outro, falando que exige reconhecer que a variedade do outro está desprovida de algum valor.
Aquele que se valorizar pode fazer a partir do lugar eleito para si e para sua variedade necessariamente de maior valor.
Então, ele coloca muito claramente aqui que os valantes que podem valorizar são aqueles valantes que conseguem reconhecer que uma outra variedade diferente da sua necessariamente não tem valor.
Então, aqui existe uma discriminação por conta dessa hierarquia automática que se estabelece a partir do uso desse verbo valorizar.
Então, por isso que a gente não deve valorizar segunda posição do autor do texto.
E o último vebro que talvez seja mais frequente na escola é a questão da adequação.
Então, acho que vocês já devem ter ouvido falar, ou mesmo devem ter visto em livros de dáticos, aquele uso de tirinhas ou de quadrinhos como do chico bento, em que o exercício pede para passar para a norma padrão, ou seja, a adequar a fala do chico bento.
Então, o professor diz, se alguém com bom poder aquisitivo e um elevado nível de escolaridade, usar a frase.
Deme 3 cafés em um buteco, as consequências se forem negativas não vão além de ele ser considerado arrogante ou esnob.
No entanto, se alguém debaixo poder aquisitivo e com poucos escolaridades creveram numa carta, ou mesmo falarem uma entrevista.
Aí, chapa, rumo um prâmpio para mim, pode acontecer algo mais grave com ele, como não conseguir melhorar seu poder aquisitivo com um salário do emprego pretendido.
De acordo com a vertente da adequação, ambos estariam inadequados, mas as consequências serão mais pesadas sobre o segundo.
Então, aqui nesse exemplo, que ele dá para a pessoa com bom poder aquisitivo, que chega num buteco, que ele coloca de propósito com o mu, porque é o modo como a gente fala.
E de cê, Deme 3 cafés, ele só vai suar como arrogante com o metido, mas ele não vai ter uma consequência tão negativa assim.
Por que? Porque essa frase foge da nossa coloquialidade, foge da nossa norma do português, do Brasil, porque no português do Brasil, a gente dificilmente fazê inclusive.
O significado dificilmente a gente coloca essa palavra vinha M, depois do verbo.
A gente sempre coloca no início da frase, quando a gente está falando sem monitorar nossa linguagem.
Então, a gente sempre fala, me dá um café, por exemplo, ou me dá 3 cafés, sem fazer a concordância aqui com o numeral do substantivo con numeral.
Ou seja, usar a inclice que não é própria da nossa norma e usar a concordância aqui do substantivo com o numeral indica um certo nível de colaridade.
O nível de colaridade é uma certa variedade linguística.
Usar essa variedade linguística não vai provocar uma consequência negativa para essa pessoa, a não ser ele poder ser zombado pelo pessoa que atendê-lo nesse botéco.
Certo? Agora, o caso citado como exemplo a seguir de uma pessoa com baixo, o poder acusitivo com poucos colaridades, crever numa carta ou falar na sua própria variedade, vai trazer consequências negativas, muito provavelmente.
Por quê? Porque não é uma mera questão de adequação.
Se fosse uma mera questão de adequação, as consequências seriam tão negativas para o primeiro quanto para o segundo, e não é o que acontece.
Porque existe embutido, uma questão de preconceito linguístico, que, na verdade, é um preconceito social que acontece por meio da linguagem também.
Então, o preconceito linguístico não se baseia em questões linguísticas, mas se basei em questões sociais.
Certo? Então, a questão de adequar as variedades linguísticas também não se aplica por conta desse motivo que ele bem explora aqui no texto.
E aí, a gente chega na última parte em que ele propõe, se não devemos respeitar, nem valorizar, nem adequar as variedades linguísticas, ou seja, essas não são as melhores posturas diante das variedades linguísticas.
Qual é esta postura? A postura é de incorporar, então, ele propõe o uso do verbo incorporar as variedades, e diz, escreve.
Admitindo se o recebendo, se as variedades na sala de aula, sem irar a aquisação ou valoração, respeito a se melhora a constituição, pois evitam se os danos causados por julgamentos negativos como de atribuição de uma falta de valor ou de ininadecoação.
Tanto três que é o significado do verbo incorporar, reunir diversas companhias mercantísimas em uma só, como quatro, juntar num só corpo, dar unidade a, reunir ou seis.
Unir, reunir, juntar num só corpo, um só todo, corroboram a ideia de corpo, permita em pensar que a unidade da língua portuguesa é garantida pela suas variedades, ou seja, a incorporação da ideia de reunião e da ideia de que todas as variedades fazem parte da língua, ou seja, que a língua só existe porque ela é constituída dessas variedades.
E isso vai contra a questão da irar a rotização, da valorização e do respeito e da adequação por consequência.
E vai, pelo contrário, a favor de uma ideia de incorporação, certo? A gente sempre tem que lembrar que a língua é heterogênia, o que dá a impressão de que a língua é homogênia, é muitas vezes o ensino, porque o ensino ainda é bastante pautado em uma gramática normativa, em uma gramática prescritiva que tem como pressuposto aquela concepção de linguagem, da língua como um conjunto de bons usos, um sistema fechado com regras que precisam ser estritamente seguidas.
A gente segue regras, só que essas regras não são previstas por um livro, a gente aprende determinadas regras por isso que a gente consegue se comunicar, certo? Bom, eu peço que os culpas têm um erro que só corpo ficou junto, mas a ideia era comentar um pouquinho com vocês a importância deste texto e a problematização do conceito de adequação linguística.
Tudo bem? A ideia da aula era essa, eu agradeço pela atenção de todos e todos e a gente se vê na próxima aula.
Obrigada!