O texto é uma aula sobre o conceito de informatividade na construção textual, abordando seus diferentes graus (baixo, médio e alto) e sua relação com a adequação ao público-alvo na produção e compreensão de textos.
A importância de equilibrar os graus de informatividade nos textos, utilizando predominantemente o grau médio como padrão ideal, e o uso estratégico do grau alto para gerar interesse sem comprometer a compreensão.
A informatividade é um elemento crucial para a eficácia comunicativa, exigindo consciência sobre o público-alvo e equilíbrio entre informações conhecidas e novas para garantir tanto a compreensão quanto o engajamento do leitor.
A aula apresenta a informatividade como elemento fundamental da textualidade, explicando seus três graus através de exemplos concretos. Destaca a necessidade de adaptação ao público leitor, usando comparações entre textos jornalísticos e científicos para ilustrar como o grau de informatividade varia conforme o conhecimento prévio do receptor.
A aula discute como a informatividade - grau de novidade das informações para o leitor - influencia a eficácia textual. Explica três níveis: baixo (totalmente previsível), médio (equilíbrio ideal) e alto (quebra de expectativas). Destaca que textos eficazes devem considerar o conhecimento prévio do público, usando predominantemente o grau médio e eventualmente o alto para gerar interesse, mas com cautela para não causar confusão.
O Lá pessoal, tudo bem? Nesta semana nós vamos discutir um conceito importantíssimo também para leitura e produção de textos que é a questão da informatividade.
Então a gente vai entender como é que funciona a informatividade na construção de sentido de um texto e como é que a gente deve sempre pensar no público alvo, ou no leitor, ou no interlocutor do nosso texto para garantir as informações que a gente vai colocar no texto, conversa com ele da maneira como a gente deseja, certo? Então esse é o objetivo da aula de hoje.
Vamos lá! Aqui a gente tem compreender a noção de informatividade e como essa noção pode ser mobilizada na escrita e na compreensão de textos.
A gente tem uma concepção de texto que eu gostaria de reforçar com vocês, que é trazida pela COC, num texto de 2017, que é o lugar de interação entre atores sociais e de construção interacional de sentidos, ou seja, um texto verdadeiramente, ele só se estabelece a partir do momento em que a gente tem uma interação.
O que é a interação? É alguém que nos ouve, por exemplo, no caso de vocês que estão me ouvindo agora, esse texto está se constituindo como tal, porque? Porque vocês estão ouvindo, vocês estão vendo, vocês estão escutando e isso garante há interação.
E é quando o sentido se completa que a gente pode dizer que há efetivamente um texto.
Então um texto, ele tem sempre essa caráter dialogico, de alguém falando, de alguém escrevendo para um grupo de pessoas ou para uma pessoa só.
Isso é importante vocês reterem essa construção interacional de sentidos.
O texto é importante a gente dizer, vendo latim da palavra em latim textos, que significava narrativa ou exposição, mas essa palavra no latim vinha de uma outra palavra que era um verbo latino, que é o verbo texto, certo? E esse verbo tinha o sentido de ter ser, fazer tecido, entrançar, entrelaçar, construir, sobrepondo ou entrelaçando.
E eu trago para vocês uma imagem justamente de um tear, que é o que produz um tecido.
Os tecidos eram fabricados, sobretudo artesanalmente, não como hoje que eles são a maioria produzidos industrialmente.
Eles eram artesanais.
E aqui a gente tem um exemplo desse maranhado.
Então não é qualquer maranhado que produz um texto, que produz um tecido.
É um maranhado de uma forma bastante específica artesanal e organizada, certo? Então essa organização da trama dos fios ali pelo tear manual ou pelo tear já um pouco mais industrializado, que vai garantir que a gente tenha um tecido.
E o texto é a mesma coisa.
Ele não é uma composição aleatória, ele tem uma certa organização.
A gente já viu alguns critérios de textualidade.
A gente já viu os critérios de coisão, o critério de coerença.
E hoje a gente vai ver a informatividade, certo? Então a gente viu aqui na coisão os elos coisivos, os mecanismos que fazem com que um texto seja algo com uma organização linear.
E a gente viu a coerença que é essa organização que a gente diz reticulada, que é aquilo que formam o texto.
E hoje a gente vai ver a informatividade, que pode parecer um conceito um pouco mais difícil, porque é um pouco mais abstrato, mas eu espero que com aula de hoje vocês compreendam.
Bom, como a gente define informatividade? A informatividade é definida por aqueles dois mesmos pesquisadores alemães que a gente já vem estudando como uma extensão a qual uma apresentação é nova ou inesperada pelos receptores.
Então, pensando na questão do texto e do sentido, a gente tem aqui uma relação necessária com os receptores, certo? Então a informatividade vai medir o grau, né? Distensão sobre uma dada informação apresentada no texto.
Quanto essa informação é inesperada ou inesperada pelos receptores desse texto, pelo público alvo desse texto, certo? A gente diz que existem três graus de informatividade.
Em toda a literatura sobre a informatividade vocês vão encontrar essas definições dos graus de informatividade que vem do boa grande do Drezler que foram citados já.
Então, a gente diz que existe um grau baixo de informatividade, quando a informação apresentada pelo texto é bastante previsível.
Então, quanto mais previsível for a informação, mais baixo é o grau de informatividade.
Por quê? Porque se a informação é previsível o texto não está apresentando efetivamente nada novo, certo? Quando a gente tem um grau médio de informatividade é quando a informação apresentada é menos previsível.
Então, a gente não é tão previsível enquanto a primeira escala, mas ela já é um pouco menos previsível.
Então, ela já carrega um pouco de novidade, vamos dizer assim, uma informação que não era tão esperada pelo seu leitor, certo? E existe um último grau de informatividade que é bastante explorado por alguns tipos de texto, como a gente vai ver, que é uma informatividade que, aparentemente, a informação trazida, ela está fora do conjunto como todo, ou seja, ela não é tão previsível nem imprevisível, ela não está dentro desse grupo de opções, tá? Então, a gente vai entender como é que funciona esse terceiro grau de informatividade.
Ele é mais complexo, mas também menos usado e menos indicado nos textos acadêmicos e nos tipos de texto que vocês vão produzir na universidade.
Bom, um exemplo que é bastante frequente desse grau baixo de informatividade é o caso da placa pare.
Por que? Porque é uma informação altamente previsível, certo? Então, essa convenção gráfica, de um texto escrito num fundo vermelho com letras brancas, ele é uma convenção da nossa sociedade brasileira, no caso, porque está escrito em português, certo? Então, aqui é um texto que tem grau baixíssimo de informatividade, ou seja, ele não apresenta nada novo, muito pelo contrário.
Não pode apresentar nada novo, porque as placas de trânsito têm que ser lidas quase no automático, a gente tem que saber qual é a atitude a ser tomada, certo? Então, é esperado que elas tenham grau baixo de informatividade mesmo.
O grau médio é aquele que eu disse não está na escala mais alta de probabilidade contextual, ou seja, a gente não espera que vá acontecer exatamente aquela informação naquele contexto, certo? Então, ela está num estar na escala mais alta.
Ela é configuraria, ela não, ele, o grau médio, configuraria o padrão usual de informatividade.
Então, na verdade, o grau médio é o que a gente deve buscar quando a gente escreve um texto, certo? As informações novas e dadas, ou seja, dadas, aquelas já conhecidas, devem ser balanceadas a fim de que o interlocutor compreendo o texto.
Então, a gente não pode iniciar um texto falando nada sobre o que a gente imagina que o leitor saiba.
A gente tem que pelo menos, e guiando nosso leitor, há respeito partido de um ponto que esse leitor conheça, certo? Se não, a gente cria um texto quase sem coerência, certo? Por causa dessa questão da informatividade.
Para discutir essa questão, eu estou usando um texto que eu indiquei para a leitura obrigatória de vocês desta semana, que é esse texto de Arneman e Vessoce de 2018.
Bom, o grau alto de informatividade.
Então, a apresentação de informações que não estão no grupo das mais prováveis, nem no grupo das menos prováveis.
Ou seja, é aquela quebra de expectativas.
Não é que eu esperava, mas também não é que eu não esperava.
Era provável, mas também não era pouco provável, certo? Essas ocorrenças demandam mais atenção e fontes de processamento.
Todavia são mais interessantes.
Ou seja, quando a gente quebra a expectativa de um leitor, a gente tende a tornar esse texto mais interessante para aquele leitor.
Só que esse grau alto é um estado instável de informatividade.
Esse estado instável gera um desconforto para o receptor.
Ele pode gerar um desconforto para o receptor.
Então, a gente sempre tem que pensar no texto seguindo aquele grau médio de informatividade.
Ou seja, o parto do ponto conhecido para o meu leitor, que tem alguma coisa com grau baixo de informatividade, que é alguma coisa que ele já conhece.
E aí eu vou explicando, delineando, descorrendo, explanando sobre coisas que ele não conhece tanto.
Ou seja, a coisa que tem um grau médio de informatividade.
Então, em algum momento do texto, eu posso lançar mão desse grau alto.
Ou seja, quebrar as expectativas, falar sobre uma coisa que ele não sabe absolutamente nada.
Mas isso tem que estar no momento do texto.
Não pode ser a grande parte do texto.
Bom, a gente tem um exemplo dessa quebra de expectativas, desse grau alto de informatividade, que é essa frase que está no texto da fáver, o que eu também pedi para vocês leerem, que diz, a água não é hidrogênio e oxigênio.
Ela contém outras substâncias, por exemplo, porções ínfimas de delterio.
Ou seja, aqui tem uma quebra de expectativa, já diante mão, na inicio do texto.
Então, a água diferente do que todo mundo aprende, do que todo mundo fala, do que todo mundo sabe, ele diz.
Não é hidrogênio e oxigênio.
Ou seja, aqui tem uma quebra completa.
E ela contém outras substâncias, por exemplo, porções ínfimas.
O que acontece quando a gente leua uma frase assim, principalmente no início de um texto.
Aquele texto nos chama atenção.
Muitos jornalistas, muitos escritores usam esse recurso para atrair a atenção, porque justamente essa quebra da expectativa, essa pouca probabilidade de você ler uma frase como essa, que é isso que a gente chama de probabilidade contextual, qual a probabilidade de você ler isso.
É muito baixa.
Então, a partir de um momento que você leia isso, você capta sua atenção.
Você quer saber mais sobre o assunto, certo? E aqui a gente tem um outro exemplo.
Isso é uma propaganda, então, os textos publicitários, propagandas em geral, os anúncios, eles se utilizam muito dessa quebra de expectativas.
Então, aqui existe uma intertestualidade, que é um dos fatores também de textualidade que estão citados lá no início da aula, que é a intertestualidade que entra.
O filme, o diabo veste prada, e o anúncio.
Então, o anúncio dessa empresa, o arte frute, faz referência ao filme.
E aí, ele quebra completamente nossas expectativas, porque? Porque ele transforma o diabo em queabo, certo? E a imagem que seria no filme, a imagem de um salto alto vermelho, se transforma no anúncio, numa junção de vários queabos aqui.
Isso, então, é uma quebra de expectativa.
Isso chama nossa atenção.
A partir de momento que a gente vê essa imagem, principalmente se a gente conhece o filme, isso vai nos despertar ali uma grande curiosidade.
A gente vai querer ler, mas o que é isso? Anúncio do quê? Então, ele entrou no seleto mundo da arte frute.
Ele, quem? O queabou? Assim como vários outros legumes, verduras que provavelmente são vendidos lá no arte frute.
Bom, o que é importante vocês terem claro também é o público alvo.
A gente precisa sempre pensar quando a gente vai escrever o texto.
Em quem vai ler esse texto? Para quem eu estou escrevendo? A gente precisa criar uma imagem mental virtual de quem é esse nosso leitor.
Eu trouxe para vocês aqui uma notícia do Ool, que construiu uma reportagem em perguntas e respostas.
Ou seja, construir em perguntas e respostas, já está pressupondo um leitor.
Leigo na área do saúde, certo? Porque já não iniciou o texto falando termos complexos da área da saúde, mas pressuponham um leitor mais geral, leigo.
E aí pergunta-se no texto.
Por que ele foi batizado de Covid-19? Co significa corona, vi, vende virus e de representa doença.
Então aí já está explicado aqui, Covid-19.
O número 19 indica o ano de sua aparição, 2019.
Esse nome substitui o 2019-NCOVID, decidido provisoriamente após o surgimento da doença, respiratória.
O novo nome foi escolhido por ser fácil de pronunciar e não ter referências tigmatizantes a um país a uma população em particular, como tinham outros nomes de doenças de cindrômen respiratórias também.
Então aqui é um texto do O, para um público leigo, e isso está bem claro pelo tipo de perguntas e respostas e pela explicação.
Aqui é uma explicação que parte de coisas que a gente conhece.
Então de letras, que significa corona, vi, que vende virus, de doença, 2019 ao ano, então ele vai construindo a informatividade.
Então ele tem um grau médio de informatividade, vamos dizer assim.
Já, este texto é um texto para um outro público alvo.
É um texto publicado por dois cientistas recentemente, em 2020, certo? No um grande periódico da área da saúde, ou seja, uma vista científica da área da saúde, e olha a diferença do texto.
A doença de corona virus, 2019, COVID-19, uma forma de zoonose, respiratória sistêmica causada por um virus pertencente à família coronaviridai, originária da cidade de Uana-China ainda está se espalhando pelo mundo, assumindo assim as características da dramáticas de uma emergência pandêmica.
Então vocês vêm que aqui não se tem a preocupação com o leitor leigo, mas é um texto que está sendo escrito para um público da área da saúde, um público que conhece plenamente a determinação de um nome de um virus, que conhece o sentido específico de palavras como zoonose, que conhece a informação de que um virus pertence a uma família de virus, certo? Então aqui a gente tem vários elementos que mostram a importância de associar o público leitor ao grau de informatividade dos textos.
Bom, pessoal, era isso.
Eu queria deixar claro para vocês a importância dessa noção de informatividade, tanto para vocês irem percebendo nos textos acadêmicos que vocês vão lendo, como eles vão construindo essa noção de informatividade, tanto para no texto que vocês vão produzir, para vocês sempre terem em mente a necessidade de imaginar um público alvo, alguém que vai ler esse texto, quem é o leitor do meu texto, o ideal, inclusive, é que ele não seja sempre o professor, mas vocês imaginem o outro público, para aí vocês irem construindo e brincando um pouco com esses graus de informatividade, lembrando que sempre se espera que num texto o grau mais frequente seja o grau médio de informatividade.
Tá bom? Era isso.
Nos vemos nas próximas aulas.
Muito obrigada.
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