O texto é uma transcrição de aula sobre clareza na comunicação escrita, abordando mecanismos para garantir objetividade e compreensão em textos.
A análise crítica de um parágrafo introdutório problemático, destacando erros concretos de clareza, paralelismo e estruturação de ideias.
A clareza textual depende de: conhecimento dos mecanismos linguísticos, planejamento estrutural coerente e revisão criteriosa para eliminar ambiguidades e inconsistências.
A aula estrutura-se em três pilares: primeiro desmitifica noções equivocadas sobre escrita, depois apresenta técnicas específicas como paralelismo, e finalmente aplica esses conceitos na análise crítica de textos reais. Utiliza exemplos concretos e referências externas para fundamentar os argumentos.
A aula desafia a crença de que textos complexos são melhores, mostrando que clareza e objetividade são fundamentais. Explica como o paralelismo linguístico mantém a coesão textual e demonstra, através de análise prática, como introduções mal estruturadas comprometem a compreensão desde o início do texto.
Olá pessoal, tudo bem? Na aula de hoje nós vamos estudar um pouco a clareza na comunicação.
O objetivo da aula é identificar os mecanismos que são responsáveis por garantir clareza ao texto escrito.
Vamos passar por três tópicos na aula.
O primeiro, vamos descontruir um mito.
Então existe um mito bem clássico sobre a escrita que eu vou apresentar daqui a pouquinho para vocês.
Vamos conversar um pouco sobre ele.
Eu vou mostrar para vocês por que ele não se sustenta.
Então, eu vou falar sobre paralelismo e também sobre a importância de escrevermos sempre uma boa introdução aos nossos textos, sobre todos textos acadêmicos, mas não só.
Essa tirinha do Calvin do Arouldo eu trouxe para ilustrar esse mito que eu vou comentar a seguir.
Então, no primeiro quadrinho, a gente tem o Calvin escrevendo e o Arouldo do lado observando e o Calvin diz.
Eu detestava escrever relações, mas agora já gosto.
Percebi que o objetivo de escrever é dilatar as ideias fracas, obscurecer os raciocínios e inhibir a clareza.
Com alguma prática, a escrita pode tornar-se num nevoeiro intimidante e impenetável.
Quer ler a minha ficha de leitura? Aí o Arouldo pega a ficha dele e ler.
A dinâmica dos imperativos interpessoais e monológicos em Dick e Jenny, um estudo de gêneros mediônicos trans relacionais.
A academia, aí, vou eu, diz o Calvin.
Nessa tirinha, a gente tem aí exemplificado esse mito que ainda é muito presente no dia de hoje, de que escrever bem significa escrever difícil.
Então, que aquela escrita impolada é uma escrita que deve ser buscada.
Então, para que um bom escritor, é aquele escritor que consegue escrever com um vocabulário muito rico, que às vezes torna difícil a nossa compreensão.
Ou que usa estruturas linguísticas, às vezes em latim e rebuscadas, e que isso seria sinônimo, então, de escrever bem.
É importante, sim, o que a gente descontrua esse mito, porque ainda que existem, principalmente, filósofos que escrevam de uma forma difícil, aqui eu me lembro especificamente do Kant.
Essa escrita difícil é, normalmente, acompanhada de um raciocínio sobre alguma coisa bastante complexa.
Então, a escrita não é difícil, porque ela é difícil.
A escrita dele é difícil, porque ele está falando sobre assuntos bastante complexos.
Então, ele não resolveu escrever daquela maneira, porque a gente deve escrever daquela maneira para ser uma escrita boa.
E a gente tem que considerar também, que, no caso de Kant, ele escreveu há muito tempo atrás, então que a língua mudou de lá para cá.
Estruturas que, para a gente hoje, seriam difíceis, para eles, seriam estruturas típicas.
Então, a gente tem que levar isso em consideração.
Então, é claro que ter um vocabulário rico é importantíssimo, mas é importantíssimo também a gente saber quem é o nosso público leitor, e como a gente pode escrever de uma maneira clara.
E saber que a clareza é muito mais importante do que uma escrita empolada, uma escrita cheia de frases e palavras que poderiam ser ditas de forma muito mais sintética.
Então, esse mito que eu gostaria que ficasse bem claro.
Então, uma boa escrita não significa uma escrita empolada, muito pelo contrário, uma escrita objetiva direta.
E muitas vezes, simples revelam um texto fluido e um autor que, de fato, entende sobre o que ele está escrevendo.
E teoricamente, a gente deve escrever sobre aquilo que a gente entende, aquilo que a gente estuda, aquilo que eu não se interesse.
Então, descontruído esse mito, queria passar para o próximo ponto, que é a importância do paralelismo.
A gente viu um pouco sobre paralelismo, e eu queria deixar claro que o paralelismo dá mais edu que a manutenção de estruturas linguísticas paralelas.
Normalmente, estruturas linguísticas sintáticas, então, dá ordem dos constituintes das orações.
Vamos ler essa frase que foi retirada desse site que está embaixo, que aliás é um site que eu já usei em outras alas e recomendo muito, que é o Cyberduvidas.
A frase é, desejamos que todos os funcionários aproveiten as férias e uma boa estado no hotel da empresa.
Vocês percebem algum problema na frase? Leio um insilência.
A questão aqui é que a gente tem o desejamos que, em deseja, deseja alguma coisa.
Então, desejamos isso, isso que todos os funcionários aproveiten as férias e que todos os funcionários têm uma boa estado no hotel da empresa.
Essa são os dois desejos.
Só que vocês perceberam que o segundo desejo, ele se refere ao mesmo grupo de pessoas que seriam todos os funcionários.
Então, numa tentativa de não repetir essa expressão todos os funcionários, o autor da frase elimina todos os funcionários.
Tudo bem, todos os funcionários pode ficar implícito.
O que não pode ficar implícito de forma nenhuma é o verbo, porque o verbo não é aproveitem uma boa estado no hotel da empresa.
Até poderia ser numa leitura diferente, mas não é o verbo mais adequado para esse desejo expresso nessa segunda parte da frase.
Então, o que faltaria aqui é um verbo que desce conta desse segundo desejo.
Então, a gente poderia reescrever essa frase assim.
Dessejamos que todos os funcionários aproveiten as férias e tenham uma boa estado no hotel da empresa.
Porque aproveitar uma boa estado é estranho, justamente porque eu aproveitar já engloba a ideia de que seria uma boa estado.
Por isso que o verbo aproveitar não seria mais adequado, assim, o verbo ter nesse caso.
Então, isso que a gente chama de paralelismo.
Por quê? Porque aqui a gente tem a aproveiten, então desejamos que todos os funcionários aproveiten e tenham.
Então, aqui a gente tem o sujeito implícito todos os funcionários, mas tem o verbo que acompanha esse outro.
Então, essa estrutura de acompanhamento, que é uma estrutura semelhante das duas orações, é o que a gente chama de paralelismo.
Tá bom, mas sempre importante vocês quando forem fazer a etapa de revisão dos testes de vocês, atentarem para essas questões do paralelismo.
Bom, e aqui eu queria fazer.
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eu trouxe essa imagem para dar um exemplo para vocês.
De como o texto é uma estrutura, né? Então, aqui a gente tem a imagem de um esqueleto humano que foi retirado desse livro que estava acetado aí no slide para vocês.
E essa figura representa, então, um esqueleto de uma pessoa, né? E esse esqueleto tem uma estrutura interconectada.
Então, se a gente for reparar nas vertebras da coluna, as vertebras estão todas conectadas.
Um texto é como se fosse uma conexão de várias vertebras, um texto dividido, por exemplo, na estrutura tradicional, chamada Parágrafo.
Então, é como se cada uma dessas vertebras representasse um parágrafo, certo? Então, eu queria que vocês lembrassem dessa imagem para pensar que cada parágrafo se conecta ao parágrafo seguinte, ao parágrafo seguinte, ao parágrafo seguinte, e que cada um deles é uma pequena unidade textual, ou seja, cada parágrafo deve apresentar no início uma ideia, né? Então, a gente vai apresentar uma outra ideia, uma outra ideia assim por diante, certo? Os ideias que aparecem nos parágrafos sequenciais possam estar conectadas.
Isso é o importante, que essas ideias estejam conectadas, porque é isso que faz essa sequência de parágrafos um texto.
Então, essa imagem é para vocês lembrar, em disso, da estrutura dos parágrafos e como ela é importante para a constituição de um texto claro.
Bom, aqui eu trouxe para vocês uma introdução de um texto que está publicado na internet, tem lá nas referências bibliográficas no final, e eu queria ler com vocês esse texto para a gente discutir alguns aspectos.
Então, o texto começa.
No ensino médio, é preciso que os alunos aprendam a base da construção de um texto a partir dos mecanismos textuais, ou seja, a coesão lexical por repetição.
A prolixidade do texto, isto é, a repetição desnecessária de palavras pode tornar o texto cansativo, fraco de ideias e sem conhecimento de palavras sinonímias.
O ideal seria apresentar os alunos os mecanismos coisivos textuais.
O professor, como o mediador de conhecimento precisa deixar claro os devidos mecanismos textuais que melhorem o texto, tornando o rico de informações como coerência, coisão, contextualização, intertextualidade, colocação, etc.
O educador precisa, cada vez mais, buscar soluções para as surpresas necessidades dos seus alunos, tornando os cidadãos ativos na sociedade que, por sua vez, cobra tanto o uso da língua materna.
Vamos lá, pessoal.
A gente tem aqui um dos parágrafos mais importantes de qualquer texto que é o parágrafo em produtório.
O parágrafo em todo o tório, ele precisa ser muito claro, ele precisa contê as ideias iniciais que vão ser apresentadas ao longo do texto.
A introdução como um todo é a parte mais importante de um artigo científico, por exemplo.
É na introdução que a gente vai guiar o leitor e contar para ele sobre o que fala aquele texto, o que o artigo vai comentar.
Então, isso aqui é como se fosse um artigo de divulgação científica.
Ainda assim, nos artigos de divulgação científica precisamos ser muito claros na introdução.
Isso não acontece aqui.
Na primeira frase, a gente já tem uma tese.
Então, isso é importante.
O ensino médio é o momento em que os alunos aprendem a base da construção de um texto a partir dos mecanismos textuais, ou seja, a coesão lexical por repetição.
Até os mecanismos textuais, a gente tem uma tese razoavelmente forte.
Ainda aqui, não seja no ensino médio que os alunos aprendem a essa base, mas seja nos últimos anos do ensino fundamental.
Mas tudo bem, ainda assim, é uma tese que pode ser defendida.
O problema é quando a altura coloca os mecanismos textuais como os sinônemos de coesão lexical por repetição.
Quando ela coloca aqui, ou seja, ela equivale esses dois elementos mecanismos textuais e coesão lexical por repetição.
E a gente já estudou que não é verdade, que exista só esse mecanismo textual.
A coesão lexical por repetição é um dos mecanismos textuais.
Então, ela não é o mecanismo textual.
Então, a gente tem um problema aqui na clareza da comunicação, provavelmente por desconhecimento desses conceitos.
O segundo período é a prolicidade do texto.
Isto é, a repetição de necessário de palavras, vamos parar aqui.
A prolicidade não tem a ver com a repetição de necessário de palavras.
A prolicidade é quando a gente vê um texto com um discurso oral que tem muitas palavras para dizer poucas coisas.
Então, não é exatamente a repetição de palavras, mas é um excesso de matéria textual que a gente diz para uma comunicação de uma informação que poderia ser dita com menos matéria textual.
Então, isso é prolicidade.
E aí pode tornar o texto cansativo.
Então, a repetição torna o texto cansativo.
Tudo bem.
Aqui, nesse meio, tem uma coisa defensável.
Mas aí, o pode tornar o texto fraco de ideias e sem conhecimento de palavras sinonímias.
Aqui, a gente tem um problema de paralelismo, porque a gente tem ao texto cansativo.
É um adjetivo.
O texto fraco de ideias.
É um outro adjetivo, fraco.
E aqui vem um substantivo acompanhado de uma diverber.
Sem conhecimento, isso gera um problema de compreensão.
Mas não tem como acompanhar um texto e tornar o texto sem conhecimento de palavras sinonímias.
Não era isso exatamente que ela queria dizer.
Era uma outra ideia que talvez tivesse que ser colocada em uma outra frase.
Não dava para colocar numa sequência de elementos.
O ideal seria apresentar os alunos, aos alunos, os mecanismos cohesivos textuais.
É importante, mas é o que ela defende no começo, quando ela diz que apresentar os mecanismos textuais.
Então, isso aqui podia ser retomado, porque ela já disse antes, mas não foi.
O professor, como o mediador do conhecimento, precisa deixar claros devido os mecanismos textuais que melhorem o texto.
Então, tem aqui mecanismos textuais.
Aí seria apresentar os alunos.
O professor vai apresentar os seus alunos.
Ou seja, tem três informações que são repetidas sem acrescentar muita coisa.
Isso poderia ser sintetizado em uma frase somente.
Então, precisa deixar claros devido os mecanismos textuais que melhorem o texto, tornando o rico de informações, como coerença, coesão, contextualização, intertextualidade e colocação.
O que acontece aqui? Um problema de paralelismo.
Tornando o rico de informações, como quando ela usa esse como seguido de informações, ela está dando a entender que são informações do tipo, coerença, coesão, contextualização, etc.
E não é isso.
Na verdade, vocês já estudaram os fatores de textualidade, vocês viram que coerença, coesão, intertextualidade, contexto, são mecanismos textuais.
Então, aqui o que aconteceu é, ela ficou muito distante os mecanismos dos exemplificação desses mecanismos.
Então, aqui é aquela questão da hiperonímia e hiponímia que eu já falei pra vocês.
Mas ficou muito longe.
E da maneira como está escrito não está claro.
Só a gente conhecendo os mecanismos textuais que a gente consegue entender o que ela está dizendo.
Porque da maneira como está a gente entende que são essas informações que tem que estar no texto.
Isso gera uma incoerência, não é uma falta de clareza.
Bom, gente, a última oração, ela não apresenta tantos problemas textuais, mas ela fala que o educador, o educador precisa buscar soluções para abrir as necessidades dos seus alunos, tornando os datos ativos na sociedade, que por sua vez cobra tanto uso da lingua matena.
Só que ela não falou nada sobre isso nesse parágrafo.
Ela não fala de cidadania, da importância do texto, para a construção da cidadania.
Então, isso é uma ideia que não foi mencionada antes.
Ela parece como conclusão de um parágrafo, ou seja, o parágrafo concluiu alguma coisa que não foi discutida.
Isso não é interessante que aconteça.
Bom, aqui tem as referências biográficas e tenho o texto completo.
Vocês podem ler.
Tem outros momentos do texto que apresentam esses problemas de clareza.
Eles quiserem ler e verificar esses problemas.
Seriam uma questão bem interessante.
Eu usei também um manual básico para elaboração de artigos científicos, deixa aqui para vocês o link.
É um artigo bem interessante explicando como escreveram o artigo científico.
Eu recomendo a leitura.
E, por fim, um texto do Flávio Freire Rodrigues, que faz uma análise desse texto que eu acabei de analisar o primeiro parágrafo.
Foi a partir desse que pensei em preparar essa parte final da aula para vocês.
Então, queria deixar para vocês esterem.
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e poder em consultar depois.
Tudo bem? Então é isso, pessoal.
Muito obrigada.
Espero que tenha ficado tudo claro.
Até a próxima.