Análise do Texto

1. Do que se trata o texto?

O texto relata a jornada de uma cineasta que migrou de comédias para documentários com impacto social, destacando como filmes podem inspirar transformações e apresentando casos de empreendedores sociais globais.

2. Principais assuntos

  • Transição na carreira cinematográfica: Mudança de comédias para documentários sociais após perceber o impacto transformador do filme "Doutores da Alegria".
  • Impacto social do cinema: Filmes como ferramenta para inspirar mudanças de comportamento e carreira, ultrapassando métricas tradicionais de bilheteria.
  • Empreendedorismo social: Apresentação de casos como Muhammad Yunus (microcrédito), Rodrigo Baggio (inclusão digital) e Vera Cordeiro (Saúde Criança).
  • Filmentropia: Conceito que une cinema e filantropia, com exemplos como "Uma Verdade Inconveniente" e "Super Size Me".
  • Educação e transformação: Defesa da inclusão do empreendedorismo social na formação educacional como competência essencial.

3. Ponto de maior atenção

A capacidade do cinema como catalisador de mudanças sociais - ilustrada por depoimentos de pessoas que alteraram suas vidas/profissões após contato com os filmes.

4. Conclusões sobre o texto

  • Produções culturais podem gerar impactos sociais profundos além do entretenimento
  • Indivíduos comuns (transformadores) são agentes cruciais na solução de problemas globais
  • A união entre propósito pessoal e profissional potencializa transformações sociais

Exemplos citados no texto

  • Impacto cinematográfico: "Doutores da Alegria" inspirando professores e jovens
  • Empreendedorismo social: Kiva (plataforma de microempréstimos), Bart Weetjens (detecção de minas com ratos)
  • Filmentropia: "Super Size Me" influenciando mudanças no McDonald's

Análise resumida

A cineasta relata sua transição para documentários sociais após perceber o poder transformador do cinema através de "Doutores da Alegria". Destaca casos internacionais de empreendedores sociais que uniram habilidades profissionais a causas sociais, defendendo que essa abordagem deve ser incorporada à educação. O texto enfatiza que soluções para problemas globais surgem da colaboração entre cidadãos, governo e iniciativa privada.

Bloco de análise detalhada

1. Ideias principais vs secundárias

  • Principais:
    • Cinema como ferramenta de transformação social
    • Importância do empreendedorismo social
    • Necessidade de educação com foco em cidadania ativa
  • Secundárias:
    • Detalhes sobre filmes específicos
    • Biografias resumidas de empreendedores
    • Dados históricos sobre crescimento do terceiro setor

2. Paráfrase do texto

Uma cineasta inicialmente dedicada a comédias descobriu o poder transformador do cinema ao produzir "Doutores da Alegria", documentário que gerou impactos sociais significativos. Isso a levou a criar "Quem se Importa", destacando empreendedores sociais globais que combinam habilidades profissionais com soluções inovadoras para problemas sociais. O texto defende que essa abordagem deve ser integrada à educação, formando cidadãos proativos capazes de criar mudanças positivas.

3. Inferências

  • A autora valoriza impacto social mais que sucesso comercial
  • O Brasil possui potencial não explorado em empreendedorismo social
  • Educação tradicional falha em desenvolver senso de cidadania ativa
  • Problemas complexos exigem colaboração intersetorial

4. Questões pertinentes

  • Como medir efetivamente o impacto social de produções culturais?
  • Quais obstáculos impedem a adoção do empreendedorismo social na educação brasileira?
  • Como ampliar o acesso a modelos inspiradores como os apresentados?
  • Que políticas públicas poderiam fomentar essa cultura transformadora?

Análise dos tópicos específicos

Aplicar o conceito de ética à educação

O texto aborda implicitamente a ética na educação ao defender a formação de jovens como "transformadores", enfatizando valores como responsabilidade social e cidadania ativa como componentes essenciais do processo educativo.

Aplicar a ética na comunicação

A narrativa demonstra ética comunicacional ao valorizar histórias que inspiram ação positiva, em contraste com mensagens meramente comerciais ou de entretenimento vazio, usando o cinema como veículo para promover mudanças sociais significativas.

Texto original

O texto original pode conter falhas de gramática ou de concordância, isso ocorre porque ele foi obtido por um processo de extração de texto automático.
Texto extraído do video Empreendedorismo Social: o que é isso? | Mara Mourão | TEDxDanteAlighieriSchool

Bom dia, eu sou cineasta e eu comecei dirigindo comédias.
E a reação do público essas comédias era sempre muito bacana, mas ficava no eu, e muito me diverti muito, que é o que a gente espera de uma comédia.
Foi aí, então, aqui estão os meus primeiros filmes, foi aí que eu fiz o Doutores da Abrei a Gria, um documentário sobre aquele grupo de palhaços que visitam hospitais.
E a reação do público a esse filme foi completamente diferente.
As pessoas realmente vinham me dizer esse filme mudou minha vida, e a princípio eu fiquei um pouco constrangida, como assim, o filme mudou a vida de alguém, mas foram centenas de depoimentos de jovens que decidiram tomar outro rumo nas suas carreiras, pessoas que decidiram começar a atuar socialmente professores que disseram que mudaram um jeito de ensinar depois de ver o filme.
E depois de tantos depoimentos muito como ventes, então eu decidi continuar por esse caminho, e aí eu fiz um filme chamado Quem se importa, que é um filme sobre empreendedores sociais ao redor do mundo.
E eu vou mostrar um pequeno trailer para vocês agora.
Ou é um nome que se dá para um ativista que, de tanto protestar, iniciam o movimento que acabam mudando tudo ao seu redor.
Não importa se ele faz para ajudar quatro pessoas, ou para ajudar mil, ou importa o sentimento que está por trás.
E eu aprendi muito tanto sobre o setor social como sobre o impacto que o cinema pode ter para causar transformações positivas.
E queria dividir isso um pouco com vocês.
Primeiro fiquei com dificuldade como medir esse impacto social, né? No caso de cinema é ainda mais difícil, mas é uma outra métrica que não passa somente por essa visão reducionista dos números.
Ela começa por inspirando a própria equipe que está fazendo o filme e vai como uma bola de neve.
E hoje nós somos milhares de seguidores do filme, no Brasil e fora do Brasil.
Tudo isso, por essa força, vamos dizer assim, invisível do compartilhamento.
E vários filmes causaram o impacto social e embora o número relacionado à berleteria fosse muito pequeno.
Por isso digo, não passa pelos números.
Por exemplo, uma verdade inconveniente quando foi lançado no Brasil, ele foi visto só por 6 mil pessoas no cinema, mas trouxe a tona a questão do aquecimento global na época.
Por quê? Porque uma das pessoas que está assistindo o filme é um jornalista que faz uma página inteira no estado, um outro é um formador de opinião e por aí vai.
As pessoas começam a discutir o tema sem nem ter visto o filme.
Então é esse tipo de impacto.
Por exemplo, o SuperSize também.
O SuperSize é um filme pequenininho, mas que incomodou tanto McDonald's que eles resolveram melhorar um pouco o cardápio deles.
E o Budros que vem divulgando ações pacíficas para a resolução do conflito Israel e a Palestina.
E tantos outros filmes que os americanos até criaram essa nova palavra, Filmentropia.
Eu aprendi muito sobre o setor social também.
Aprende que existem várias razões históricas pelas quais o setor social cresceu tanto nas últimas três quatro décadas.
Por exemplo, mais de 90 países saíram de sistemas de apartade absolutismo ou ditadoras e se tornaram democracias e o empreendedorismo social só florece numa democracia.
Houve um aumento geral da classe média, mas pessoas tiveram mais acesso à educação e a saúde, veio a internet e conectou três bilhões de pessoas, então mais gente está mais bem informada sobre os problemas sociais ao seu redor.
E por fim, a maioria de nós parou de acreditar que são os governos e as autoridades sozinhos é que vão dar conta de resolver os nossos grandes desafios.
Se não dê um até hoje, a gente sabe que hoje é o casamento entre o setor público, o setor cidadão e o setor privado é que vai resolver os grandes problemas do mundo.
A gente sabe que os problemas do mundo estão no mercado global, tão enorme, que não dá tempo de a gente esperar por autoridades e governos.
A gente, nossa, dão, a gente tem que bater um bolão para conseguir fazer com que as coisas mudam rapidamente.
Então, a gente sabe que essa força da união é o que pode resolver os problemas hoje em dia.
Esses líderes históricos sempre tiveram aí.
Na verdade, atrás desse cara aqui da frente tem o Gange e o Martin Luther King.
E esses grandes líderes sempre estiveram ao longo da história, sempre existiram.
Mas como se hoje estivessem uma nova postura? E eu tenho muito orgulho de ter o meu filme, o Bill Draitam, que é um desses empreendedores sociais, na verdade era o pai do empreendedorismo social.
Esse cara era um grande executivo da McKinsey e viajava muito trabalho, especialmente para Índia.
E ele começou a perceber que existiam pessoas muito pobres, mas com ideias criativas de baixo custo e alto impacto e que estavam fazendo a diferença em suas comunidades.
E aí, ele pensou assim, se eu quero mudar o mundo, porque não ajudar essas pessoas no início dos seus projetos.
E foi aí que ele fundou a A Choca, que foi a primeira organização a selecionar e apoiar empreendedores sociais ao redor do mundo.
Se a gente hoje está aqui falando usando esse termo, empreendedorismo social, é graças ao Bill Draitam.
E essa nova postura que o empreendedor social tem, ele chega e falou, eu estou aqui, eu quero mudar o mundo e eu vou agir em rede junto com vocês e juntos vamos conseguir causar um impacto positivo.
Eu me perguntei, qual é a diferença entre esse empreendedor social e o empreendedor de negócios? Nenhuma, ambos têm visão, são inovadores, não descansam enquanto não implementam as suas ideias.
Vocês imaginam um homem muito bem sucedido de negócios? Tudo isso, todas as habilidades voltadas para solucionar um grande problema social, esse é o empreendedor social.
Eu gosto mais da palavra transformador, porque todos nós podemos ser transformadores.
Na verdade, a definição para um transformador é muito simples, essa aqui é um cidadão comum que decide o parádio reclamar e fazer as coisas acontecerem.
Então todos nós podemos causar algum impacto positivo dentro da nossa medida.
E eu me considero uma pessoa muito, muito afortunada de ter pensado em fazer um filme sobre empreendedores sociais, porque eu viagrei por várias partes do mundo, entrevistando pessoas realmente incríveis e muito diferentes entre si.
E vou contar um pouquinho agora para vocês da história de alguns deles.
Por exemplo, o Bart Wittgen, ele é um cara que conseguiu unir a sua paixão de infância que, por incrível que pareça, eram os ratos com o que ele foi estudar, que era design industrial.
E falou assim, eu não quero passar a vida inteira desenhando microondas.
Eu quero fazer alguma coisa por alguém e tem que ser na África.
Então ele criou um programa que treina ratos para detectar minas terrestres e tuberculose.
E está livrando a África de dependência de tecnologias tranjeira.
Então é um exemplo bacana porque é um cara que realmente gostava de ratos desde pequeno e conseguiu usar isso para transformação social.
Por exemplo, hoje temos o Morrame de Yunus.
Morrame de Yunus, o vencedor do Premio Nobel da Paz, ele é o criador do microcredito e ele é um bom exemplo de alguém que começou pequenininho e conseguiu espalhar pro mundo todo a sua ideia que é a ideia do microcredito.
Ele era um professor de economia em Bangladesh, na Universidade de Bangladesh, e ele se perguntava o que que diante está ensinando a economia aqui se as pessoas estão morrendo de fome ao meu redor.
E aí ele foi até as vilas, entendeu que estava acontecendo e viu que as pessoas eram escravizadas pelos agiotas que realmente tomavam conta da vida delas cobrando juros estorcivos.
E aí ele resolveu fazer começar com o microcredito, emprestando do próprio bolso, aí foi tentar convencer os bancos, os bancos não queriam ajudar, aí ele criou um próprio banco que é o Grameen Bank e essa instituição do microcredito hoje está presente no mundo todo e ele foi vencedor do Premio Nobel da Paz.
Outro cara, por exemplo, é o Rodrigo Bádio.
Rodrigo Bádio, o primeiro cara a falar de inclusão digital nesse país e levar computadores para as favelas quando as favelas não eram pacificadas.
Ele já falava em poderás comunidades através da tecnologia e ele tem unidades do CDI, não apenas em favelas, mas em presídios, em manicômios, em aldeias indígenas, no Brasil e em outros países.
Considerado um dos maiores empreendedores sociais do mundo.
E é brasileiro.
Por exemplo, o Eugenio Escanavino, que é um médico que decidiu ir para a região da Amazônia, criou um barco hospital e quando ele chegou lá as pessoas realmente morriam de doenças muito simples, não tinham acesso nenhum a saúde porque as comunidades eram muito isoladas à beira do rio, horas e horas de barco e ele criou esse barco hospital e realmente ele mudou e dê a gá daquela região.
Por exemplo, a Vera Cordeiro, a Vera Cordeiro é uma médica do Rio de Janeiro que cançou de ver esse ciclo vicioso, de crianças que ficavam doentes, eram curadas no hospital, voltavam para uma casa numa favela, uma casa que chove dentro, uma casa que tem que não ter engenhe e elas adoeciam de novo e eram reinternadas e ela pensou assim, gente, é como cavar um buraco na areia.
A minha função como médica não tem sentido.
E foi aí que ela criou um projeto incrível chamado Saúde criança que já foi premiado no mundo todo, ela já exportou essa metodologia para fora do Brasil, ela já virou política pública em alguns estados brasileiros, mas ela cuida de uma maneira holística dessa família miserável com uma criança doente.
Porque ela diz assim que se numa família rica, uma doença já é o caos.
Imagina uma família miserável aonde na maioria das vezes nem existe a figura do pai, é só a mãe com várias crianças.
Quando uma criança está hospitalizada é o caos, é falência dessa família.
E aí que a Vera entra com um programa de profissionalização, educação para as crianças, reforma da casa, em chega a família como todos os problemas daquela família e tenta reergar para tirar aqueles miseráveis da situação, porque a miséria ela não tem saída.
A pobreza pode ser digna, mas a miséria você não sai dela.
E, bom, tem outras pessoas aqui maravilhosas, por exemplo, alguém já ouvi falar do Kiva, o Kiva é o brinco que é um Facebook de imprestes.
Você entra na página deles, você vê várias pessoas com vários perfis, e você escolhe para quem você quer emprestar dinheiro.
Não é dar, é emprestar.
Eu mesmo aqui não sou rica nem nada, já emprestei para oito pessoas ao fador do mundo.
Comecei emprestado para uma pessoa julgada depois do tour.
O que você quer dizer? Infelizmente eu não pude emprestar para um brasileiro, porque só existem três países do mundo que não pode receber imprestesmos do Kiva, que é o Brasil, a China e a Rússia.
Infelizmente.
Mas eu pude emprestar para pessoas do mundo todo, e é muito bacana.
Você empreste o seu dinheiro daqui a pouco, daqui a uns meses, você recebe um email muito informal dizendo assim, olha, Mara, já devolveram, já pagaram o seu dinheiro.
O que você quer fazer com isso? Você quer retirar o dinheiro porque ele é seu? Você quer doar para o Kiva ou você quer emprestar para uma próxima pessoa? Eu sempre emprestei, então meu mesmo dinheiro já saiu de uma pessoa para outra para outro, oito vezes.
E são pequenos negociantes.
É aquela pessoa que precisa comprar uma máquina de costura para conseguir ter uma renda e mandar as crianças para a escola.
É aquele negociante que precisa comprar um pouco mais de ração para as cabras.
A outra que precisa comprar uma máquina para amassar a mãe do In e vender peanut butter são pequenos negociantes, numa relação digna de você emprestador com quem empresta, sem caridade no meio.
Uma relação muito digna de você ajudar pessoas ao redor do mundo.
E através dessa ajuda financeira, você conhece mais sobre a realidade dessas pessoas.
Você chama Kiva e eu recomendo para todo mundo.
Por exemplo, a gente tem pessoas aqui que são muito diferentes entre si.
Todas elas vieram de backgrounds diferentes, montaram organizações muito diferentes.
E eu me perguntei o que é que elas têm em comum.
E elas têm uma coisa em comum.
Todas elas conseguiram unir missão de vida a trabalho.
E não tem nada mais gratificante do que você trabalhar no que você acredita que é bom para o mundo.
Esse filme, o que importa é ver um programa de educação.
Nós estamos com pilotos em escola e nós acreditamos muito que o empreendedorismo social deve entrar na educação.
Isso já é esperado de um aluno americano quando ele vai fazer um exame para a faculdade.
É absolutamente comum e esperado que dentro do Currículo um dele tenha sua situação social, o seu trabalho como voluntário, a sua visão cidadã.
Se não tiver isso, é como se tivesse faltando.
Só boas notas não são suficientes.
E essa cultura que a gente quer trazer para o Brasil, o Bill Dreyton, ele fala que os pais vão ficar preocupados se os filhos tiverem endomão e matemática.
Mas será que eles se quer vão notar se o filho está sendo educado como um transformador? E essa cultura do empreendedorismo social, da inovação social, do jovem proativo, é que a gente tem que trazer para dentro das escolas do Brasil desde cedo.
Porque o jovem no Brasil ele não tem tanto estímulo assim porque ele sabe que o vestibular não está nem aí para isso.
E as corporações aonde no futuro, porventura vem a trabalhar, também estão engateando.
Mas eu já ouviu falar duas corporações que estão levando isso em consideração.
Então eu queria agradecer muito a oportunidade e queria dizer que quando um jovem que viu o filme me pergunta por onde eu começo eu sempre digo, eu repito uma frase do filme que é assim.
Não perbude o mundo precisa.
Perbude o que te faz se te vive, porque o que o mundo precisa é demais pessoas que se cita ao vírus.
Obrigado.