O texto analisa a relação entre ética e exercício profissional, discutindo como a conduta ética impacta as relações profissionais, a construção de valor social e os desafios contemporâneos na aplicação de princípios morais em contextos de corrupção e globalização.
Atividade profissional como serviço recíproco que exige conduta alinhada a princípios éticos específicos.
A utilidade prática não garante conduta ética, com exemplos de conflitos como advogados servindo a partes conflitantes.
Defesa da formação cultural ampla (filosofia, história) como complemento essencial à especialização técnica.
Análise da corrupção sistêmica, descompasso entre avanços tecnológicos e regressão moral, e manipulação política sob fachadas democráticas.
Tensão entre leis estabelecidas por minorias dominantes e princípios éticos universais, exemplificado por casos de desobediência civil profissional.
A contradição fundamental entre utilidade prática e integridade ética nas profissões, especialmente quando sistemas de poder corrompidos distorcem noções de serviço social.
O texto articula uma crítica profunda à instrumentalização das profissões, defendendo que excelência técnica deve integrar-se à sabedoria ética. Através de exemplos concretos (contabilidade, advocacia), demonstra como a hiperespecialização e o lucrativismo corroem o tecido social. Propõe a educação humanística como base para profissionais capazes de navegar em dilemas morais complexos da sociedade globalizada.
O exercício profissional transcende a mera troca de serviços, constituindo pacto social que exige integridade. Enquanto especializações aumentam eficiência, apenas a cultura humanística fornece lentes para dilemas éticos reais. Na contemporaneidade, a captura do Estado por grupos minoritários cria conflitos entre leis formais e imperativos morais, exigindo dos profissionais discernimento para manter condutas socialmente responsáveis mesmo em sistemas corruptos.
O texto descreve a ética como multifacetada: nas relações cliente-profissional, entre colegas, perante instituições e na esfera global. Exemplifica com o contabilista que deve equilibrar sigilo profissional e responsabilidade fiscal.
Enquanto a cidadania opera na esfera jurídico-política, a ética profissional transcende obrigações legais. O exemplo dos servidores públicos que processam o governo ilustra este conflito entre dever cívico e integridade profissional.
A cultura é apresentada como substrato da ética: conhecimentos filosóficos e históricos permitem contextualizar decisões técnicas. O texto critica currículos que eliminam humanidades sob pretexto de pragmatismo.
Destaca a necessidade de "conduta de efeitos globais" que respeite tradições diversas, rejeitando etnocentrismo na aplicação de princípios éticos em contextos interculturais.
Critica programas educacionais que marginalizam filosofia e humanidades. Defende que a educação ética deve permear todas as formações profissionais, não ser disciplina isolada.