O texto explora a relação intrínseca entre educação, ética e cidadania, defendendo que a educação deve ser um processo ético para formar cidadãos críticos e autônomos. Aborda a distinção entre moral (regras) e ética (lei/autonomia), destacando os desafios de implementar uma pedagogia baseada na praxis (ação reflexiva) em vez da poiésis (mera reprodução de normas).
A educação é vista como uma construção humana marcada pela incompletude. Busca-se integrar a ética como fundamento, mas reconhece-se que essa aproximação nunca será absoluta devido à condição imperfeita do ser humano.
Regra: Associada à moral, produz sujeitos-objeto controlados (ex: normas impostas sem reflexão).
Lei: Ligada à ética, promove autonomia e engajamento consciente (ex: princípios internalizados por reflexão crítica).
Poiésis: Educação como produção técnica (ex: memorização para provas).
Praxis: Educação como autocriação contínua (ex: projetos que estimulam autonomia e diálogo).
O texto critica a sociedade contemporânea marcada por contradições (controle estatal vs. permissividade) e defende a educação como espaço para cultivar engajamento ético, especialmente entre jovens.
Diferencia moral (submissão acrítica) de ética (consciência crítica), enfatizando que o verdadeiro compromisso surge da reflexão sobre valores, não de regras externas.
A distinção entre ética e moral é central: enquanto a moral produz sujeitos passivos através de regras, a ética liberta o sujeito para a autonomia por meio da lei internalizada. O texto alerta que escolas frequentemente caem na "poiésis educativa", fabricando alunos obedientes em vez de cidadãos críticos.
A educação deve ser um processo contínuo de aproximação com a ética, visando formar cidadãos autônomos capazes de transformar a sociedade. Apesar das imperfeições humanas e dos desafios estruturais, a práxis educativa baseada no engajamento ético é apresentada como caminho indispensável para a construção da cidadania.
A educação é um processo inacabado, pois opera em seres humanos imperfeitos. Baptista (2005) e Imbert (2002) concordam que a ética na educação não busca a perfeição, mas uma aproximação constante, lidando com contradições e paradoxos inerentes à condição humana.
Regra: Instrumento de controle social que fabrica "sujeitos-objeto" (ex: normas escolares rígidas focadas em disciplina).
Lei: Princípio ético internalizado que promove autonomia (ex: alunos que debatem coletivamente o código de conduta da escola).
Contrapõe-se à educação técnica (poiésis): enquanto esta se esgota em resultados imediatos (ex: notas em provas), a práxis é um processo contínuo de autocriação do sujeito e transformação social (ex: projetos interdisciplinares com impacto na comunidade).
O texto descreve uma sociedade em colapso ético, onde famílias e escolas oscilam entre autoritarismo e permissividade. A educação ética surge como antídoto para a "barbárie" social, formando sujeitos capazes de discernimento crítico.
Diferente da obediência passiva, exige consciência dos valores envolvidos nas ações (ex: um professor que incentiva debates sobre justiça social em vez de apenas seguir o currículo padronizado).
O texto é urgente em contextos de polarização política e crise de valores, oferecendo bases para uma educação antiautoritária e cidadã. Sua defesa da ética como "espaço desenclausurado" (Imbert) dialoga com demandas por inclusão e participação democrática nas escolas.